tag:blogger.com,1999:blog-5765714709725922530.post2792249196832997413..comments2023-10-24T10:19:08.592-03:00Comments on Diego Novaes - Enquanto Isso: Criminalização da Arte PeriféricaDiego Novaeshttp://www.blogger.com/profile/10135443410467309745noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5765714709725922530.post-55024084823494994342009-04-17T11:39:00.000-03:002009-04-17T11:39:00.000-03:00"Nós do Coletivo de Hip Hop LUTARMADA, autores da ..."Nós do Coletivo de Hip Hop LUTARMADA, autores da obra em questão, temos como marca principal a prática da arte como uma forma de provocar a reflexão sobre a realidade imposta aos viventes das favelas e periferias. Como se não bastasse toda a opressão vivida por sermos pretas/os, pobres, moradores e moradoras dessas comunidades precarizadas, agora a nossa arte também vem sendo atingida nesse processo que criminaliza as vítimas da pobreza. A arte como crônica social sempre existiu e não dá sinais de extinção, porém o tratamento que ela recebe pode ir de um extremo ao oposto dependendo da sua origem. Rapazes brancos de classe média como os das bandas Titãs e Capital Inicial nunca tiveram problemas com a policia por cantarem suas músicas Policia e Veraneio Vascaína, respectivamente. Já no nosso caso, não fossem as militantes dos movimentos sociais, teríamos sido presos por cantarmos a nossa indignação contra a atuação das forças de segurança pública. Nosso graffiti, injustamente atacado pela imprensa burguesa, bem poderia ilustrar músicas como Meu Guri ou Pivete, do grande e adorado astro da MPB, Chico Buarque. <br />Feito o contato com o autor da reportagem, ele responde ao melhor estilo José Mariano Beltrame – secretário de segurança pública do Rio de Janeiro – dizendo que se o graffiti estivesse na praia de Copacabana seria entendido como uma denúncia, mas como foi numa comunidade violenta como o Quitanda, o graffiti funciona como apologia ao crime.<br /> O titulo da matéria trata do desenho como “Grafite com afronta às autoridades”. Se não tivesse induzindo leitores e leitoras a associá-lo a criminosos, até poderíamos assumir a afronta, pois sabemos que quando utilizamos a nossa arte para chamar as vítima do flagelo imposto pelo estado burguês para debatermos sobre as raízes do seu flagelo, quando nossa arte desperta a reflexão e o senso crítico da maioria oprimida, quando a nossa arte propõe a organização e a reação do nosso povo contra a minoria que nos oprime, é lógico, sabemos que estamos afrontando as autoridades. <br />A nossa arte até pode agredir, mas, por mais agressiva que ela seja nunca será tão quanto é a nossa realidade. <br />Como veículo de propaganda ideológica, o tal jornal cumpriu o seu papel. Como artistas comprometidos com a transformação dessa sociedade carcomida pelas injustiças do sistema capitalista, continuaremos cumprindo o nosso."<br /> <br />Coletivo de Hip Hop LUTARMADA/ Movimento Hip Hop Militante Quilombo BrasilDiego Novaeshttps://www.blogger.com/profile/10135443410467309745noreply@blogger.com