sexta-feira, 8 de agosto de 2008

20 Anos sem Henfil


" "O humor verdadeiro é aquele que dá umsoco no fígado de quem oprime". Essa é uma das famosas frases deHenrique de Souza Filho, o Henfil, que este ano completa seu vigésimo aniversário de morte. Henfil não apenas consagrou-se como um dos mais geniais artistas brasilieros, mas também influenciou toda uma geração de jovens cartunistas, (inclusive este que vos fala). Um grande entusaista de assuntos 'henfilianos' é o chargista e sociólogo Márcio Malta, o Nico, que nos conta um pouco em seu livro, que deve ser lançado em agosto:
FM: Qual é a idéia central do livro?
Nico: Resgatar a contribuição de Henfil, não somente como artista,mas também como ator político, engajado, militante e comprometido comas causas sociais. Escrevi o livro "Henfil - O Humor Subversivo" com o enfoque na vidapolítica do cartunista. O livro fará parte da coleção Viva o Povo Brasileiro, da editora Expressão Popular, voltada a biografias depersonalidades de nosso país. Meu objetivo é mostrar às pessoas olegado deixado por esse grande artista. O livro de bolso custará R$ 3. Queremos conquistar o maior número de pessoas possível.
FM: Em sua opinião, qual é esse legado que o Henfil deixou para a sociedade brasileira?
Nico: Para a sociedade brasileira, o fato de que o Henfil nãotinha receio de tocar em feridas e pontos polêmicos. O seu humor estavaa serviço do combate aos desmandos da Ditadura Militar que se encontrava no poder. A vida e a produção de Henfil foram muito marcadaspor esse regime de exceção. Ele direcionava as suas críticas a aspectose problemas estruturais do Brasil. Assim, como não passamos por grandestransformações, a obra de Henfil é de grande atualidade, trabalhando temas como o descaso da saúde pelas autoridades diante das populações mais pobres.
FM: E para os jovens cartunisas?
Além da lição do cartum engajado, o artista ia além datécnica. Henfil tinha um estilo único, desprendido de formalismoacadêmico. Seu traço cativava os leitores, que contraíam com os personagens do cartunista uma relação de carisma e afeto. O objetivo do artista, por meio das charges, era a conscientização. Não queria fazer rir, mas fazer pensar. "