terça-feira, 27 de novembro de 2007
Cartaz Frente de Luta
No dia 16 de outubro a reitoria mostrou-se bastante incomodada com esse cartaz. Faço questão de divulgar, na íntegra, a crítica da reitoria, bem como a minha resposta como artistaCrítica da Reitoria:
Vários exemplares deste cartaz – assinado por um “COMITÊ UFRJ – Frente Nacional de Luta contra a Reforma Universitária” e pela AdUFRJ-Seção Sindical dos Docentes da UFRJ – foram afixados em unidades da UFRJ, especialmente naquelas sediadas no Campus da Praia Vermelha
A Reitoria
por Diego Novaes.
“Sua charge está no site da UFRJ!” – era o que as pessoas me diziam.
A matéria do “Olhar Virtual” do dia 16/10/2007 provocou um verdadeiro “frisson” – não pelo conteúdo da charge em si, mas pela crítica levantada pela Reitoria. Em sua ação enérgica de censura contra a ilustração de minha autoria, a Reitoria fez questão de rasgar adjetivos como “malicioso”, “deformador”, “apolítico”, “frustrante” e “deplorável”.
Senhores membros da Reitoria é de se admirar que se sintam tão lesados. Esta charge não é resultante de um processo de criação inconseqüente. Muito pelo contrário, antes mesmo de se tornar cartaz e adesivo já era amplamente conhecida e divulgada na comunidade acadêmica; uma vez que traduz o descontentamento de muitos estudantes que questionam o caráter privatista do projeto governamental que os senhores defendem com tanto afinco.
É uma atitude no mínimo infantil dos senhores, escandalizarem-se e promoverem tamanho alarde acerca de uma manifestação artística que se legitima por originar-se do senso coletivo. É lastimável que a Reitoria de tão renomada instituição de ensino superior tenha apelado para o sensacionalismo barato, no intuito de tentar sensibilizar a comunidade acadêmica em favor de seu projeto. É surreal que na antevéspera do CONSUNI do dia 18/10/2007, os senhores tenham publicado esta matéria como pretexto para sua convocatória do conselho!
Em sua análise, os senhores membros da Reitoria da UFRJ optaram por desqualificar um instrumento crítico que se propõe a instigar uma discussão tão pertinente na atual conjuntura da Universidade, que é o REUNI. Esqueceram, porém, de que todos aqueles que ocupam cargos públicos estão sujeitos a serem alvo de crítica, seja ela formalizada por escrito, discurso ou vinculada a uma imagem. Confundem irreverência com desrespeito.
Historicamente, ilustradores das mais diversas categorias e inclinações artísticas vêm especializando o desenho como forma de expressão política. No século XIX, o ítalo-brasileiro Ângelo Agostini já denunciava o sistema escravocrata no Brasil, consagrando-se o pioneiro do cartum e da charge política brasileira, não apenas por seu talento ímpar e originalidade genial, mas por ter se tornado, como chargista, um poderoso aliado dos movimentos sociais de caráter popular.
Senhores membros da Reitoria, em nome do “respeito e tolerância pelas diferentes opiniões e pluralidade de idéias”, informo-lhes que (in) felizmente continuarei desenhando.
Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2007
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Bandejão
Esse foi meu primeiro cartum, uma tirinha satirizando o professor Aloísio Teixeira, reitor da UFRJ com relação ao bandejão. Na época, confesso que não sabia muito o que estava fazendo, mas deu muito certo: no ato do dia 23 de maio os estudantes fizeram um ato de protesto pela construção do bandejão e deixei esta tirinha na mesa do reitor. Imaginem minha surpresa ao voltar no gabinete meses depois e encontrar a tirinha emoldurada na parede!!!















