terça-feira, 6 de janeiro de 2009

E o genocídio continua...


Abaixo, o texto comovente que me foi cedido pela colunista Inês de Castro.
Boa leitura.

"As autoridades precisam ter muito cuidado com o que dizem. Especialmente quando isso envolve a vida de pessoas comuns, que não são autoridade e não têm poder... Em 1982, uma população de refugiados palestinos vivia na periferia de Beirute, no Líbano. Era gente pobre sem casa para morar, sem comida, sem condições de higiene... apenas tentando sobreviver. E tentavam fazer isso numa região controlada pelo exército israelense. Mas a proteção desses refugiados foi falha e eles acabaram sendo massacrados por milícias cristãs naquele que ficou conhecido como um dos piores massacres dos tempos modernos, os massacres nos campos de Sabra e Shatila. Naquela ocasião, o Ministro da Defesa de Israel, Ariel Sharon, disse que não era culpa dele. Que eles não perceberam quando o ataque começou. Era mentira. O quartel israelense ficava a alguns passos dos campos. Não viram porque não quiseram ver. Fecharam os olhos e foram coniventes com o assassinato de 3.500 pessoas: muitas pequenininhas, que nem tiveram a chance de conhecer esse mundo. Só conheceram a dor.

Agora, menos de 30 anos depois de um massacre que ninguém queria ver repetido, o premiê israelense admite que é preciso atacar os terroristas do Hamás, nem que para isso muitos civis sejam mortos naquela minúscula faixa de Gaza, onde mais de 1 milhão de pessoas vivem empilhadas. Este ataque, particularmente, começou há menos de dez dias. Gente que não tem culpa nenhuma por essa briga, como crianças palestinas e israelenses já perderam a vida e não têm sequer onde ser enterradas.Se os donos do poder não se envergonham por isso, só nos resta lamentar esse começo de 2009, porque ao invés de evoluir, nós fazemos parte de uma civilização que está andando para trás.

E se você tem uma dúvida, uma crítica ou uma sugestão, escreva pra mim: inesdecastro@bandnewsfm.com.br"

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