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sábado, 21 de novembro de 2009

Pra mudar de assunto (espero...)





Estava aqui esses dias dando uma olhada no blog da minha cara Valéria Fernandes, uma das referências nacionais em termos de pesquisa sobre quadrinhos, (mais especificamene mangá). O que me chamou a atenção foram as duas postagens que a professora dedicou exclusivamente ao caso Uniban, ainda que aparentemente não tenha nada a ver com o conteúdo habitual do seu blog, o Shoujo Café. E já que a revista Istoé dessa semana também tratou desse assunto, resolvi desencalhar essas duas charges que eu queria ter publicado no momento em que o sensacionalismo estava mais voraz, mas tive o azar de ser surpreendido por aquele tal de apagão.

Bem, ao que parece, um mês depois do ocorrido, o espetáculo acabou. O próprio blackout deu outros contornos á crítica política e á notícia cotidiana, e pouco a pouco a poeira vai baixando, outros fatos polêmicos vão se sucedendo, até que a Geisy e a Uniban vão sumindo no tempo, se tornando uma lembrança distante. E a vida toma seu rumo. E a Uniban continuará arrecadando sua riqueza da mensalidade que cobra de seus alunos, para oferecer em troca um dos piores ensinos superiores do País. E a tal garota continuará marcada por aquele episódio espúrio protagonizado por alunos insensatos, professores irresponsáveis e por uma reitoria corrupta que a expulsou "em razão do flagrante desrespeito aos princípios éticos da dignidade acadêmica e à moralidade"... blá, blá, blá, blá, blá...

Espero que a barbárie deflagrada naquele dia não seja mais um comportamento sintomático e recorrente da sociedade de valores invertidos que estamos vivendo. E não venham alguns aqui me criticar dizendo que não há valores invertidos. Saia curta não me escandaliza. Ensino precário, sim. Agora, enquanto a própria Geisy está aí flertando com a mídia que a devorou, aproveitando seus 15 minutos de fama, virei a página. Mas com a "pulga atrás da orelha". Afinal, acabo de ler nas notícias do google que o advogado da moça afirmou, nessa última quarta-feia, que se ela retonar á Uniban, pode ser massacrada. Literalmente.

Ficam as charges como registro do momento "histórico".


Leia:
http://dialogico.blogspot.com/2009/11/o-carater-humano-mudou.html

http://shoujo-cafe.blogspot.com/2009/11/ainda-o-caso-uniban.html

http://dialogico.blogspot.com/2009/11/tem-flahs-mob-na-feira.html

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4108973-EI306,00-Geisy+pode+ser+massacrada+se+voltar+a+Uniban+diz+advogado.html

sábado, 31 de outubro de 2009

Dia das Bruxas (e dos buchas...)


Bem, como muita gente já sabe, há cerca de uma semana, a jovem estudante Geyse dos Santos quase foi linchada na Uniban (um escolão particular dessas aí que oferecem cursos de dois anos por R$ 199,00 ao mês).

A onda de animosidade ao redor da garota, centenas de homens e mulheres gritando "PUTA, PUTA, PUTAAAAAAAAA!!!" e a intervenção da PM para escoltá-la numa espécie de corredor polonês para que não fosse agredida fisicamente, além de ser revoltante, expõe as vísceras podres da barbárie a que querem fazer-nos acreditar como sendo "normal".

Teria ela agredido, difamado, roubado, violentado, torturado ou matado alguém? Não, não! Como você bem sabe, caro leitor, a Geyse cometeu o crime hediondo de ir para a faculdade de saia curta.

Realmente, talvez não seja o lugar mais apropriado para se usar esse tipo de roupa, é consenso. Porém, alunos foram entrevistados para que a opinião pública pudesse entender o motivo de tanta selvageria.

A resposta de todos, homens e mulheres foi mais ou menos a mesma: "ela é uma vadia e tem que aprender", "não se anda vestida assim tão indecente na faculdade" e mais todo tipo de baboseiras conservadoras e reacionárias que se pode imaginar.

A questão aqui é hipocrisia. Hipocrisia pura. Pode apostar, caro leitor, dentre os que lá estavam certamente havia três categorias de seres humanos:

1- Moças um pouco frustradas com a própria falta de ousadia (ou quem sabe frustradas por não serem tão bonitas, atraentes ou carismáticas quanto sua vítima), enlouquecidas com a saia curta da garota.

2 - Rapazes não muito certos de sua masculinidade e querendo dar uma de machões, descontando na pobre moça, pois em grupo a testosterona masculina entra em ebulição (e é uma ótima oportunidade para gritar em voz grossa, acima de qualquer suspeita).

3 - Pessoas embriagadas e/ou as marias-vão-com-as-outras, que não souberam jamais cultivar o menor grau de critérios de julgamento e personalidade e gritaram irracionalmente (se um se jogar num abismo acho que todos se jogam juntos).

Quer dizer, na hora de partir pra cima de uma moça indefesa chamando-a de puta (e SE ela fosse realmente uma prostituta, o que é que você ou eu ou eles tem a ver com isso???), todo mundo é valente. E não só os que protagonizaram aquela cena deprimente, mas MUITA gente que viu ou soube e ainda apóia esse tipo de comportamento!

Se você é um desses que pensam assim, queria te perguntar o seguinte: A saúde pública tá boa? Tem leito e tratamento pra todos? A educação no País vai bem? As escolas públicas são um ótimo lugar para se estudar? A política de enfrentamento em todo o País tá legal? Tem ninguém inocente morrendo pela bala do Estado, né? O contribuinte não está pagando as regalias da classe política não, né? A União não vai gastar 36 bilhões em sucata militar nem sei mais quantos milhões com mais 7 mil vereadores inúteis não, né?

Quem dera que tivéssemos o mesmo grau de revolta e de ódio contra os governantes e políticos que todos os dias nos roubam e prejudicam tanto. Quem dera que numa mesma reação extrema, nós, como povo oprimido, pudéssemos nos revoltar contra tanto descaso, roubalheira e corrupção que está sendo jogada na nossa cara todos os dias e não fazemos mais do que nos conformar.


A entrevista com a Geyse foi publicada aqui:
http://blig.ig.com.br/cidadao_sos/2009/10/29/video-e-entrevista-da-puta-da-uniban/
Tem um artigo sobre isso aqui:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/10/457441.shtml
Tem um vídeo que assino embaixo aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=MWshuIBuTps&NR=1
Tem um texto interessante aqui:
http://brasilbrasile.blogspot.com/2009/10/puta-uniban.html

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um livro indispensável



Amanhã pretendo ir a este debate, pois acho de suma importância para começar a compreender a questão racial no Brasil. Pra quem tiver interesse, taí o convite.

"Há 100 mil anos, poucas dezenas de seres humanos saíram da África. Seus descendentes, adaptando-se aos diferentes climas, desenvolveram inúmeras tonalidades de cor da pele.
Um dia, alguns voltaram. Primeiro, como comerciantes, adquiriram cativos escravizados pelos próprios conterrâneos. Depois, como conquistadores, impuseram o poder de suas nações sobre a África, alegando que os primos que ficaram faziam parte de uma raça distinta.
A curiosa ideia pegou. Sobreviveu à proclamação dos direitos humanos e à razão científica, difundindo-se no mundo da política. Pessoas de prestígio de todas as cores (até negros!) fingiram acreditar nela - e começaram a passar-se por líderes raciais. Hoje, a pretexto de fazer o bem, traçam-se fronteiras sociais intransponíveis, delineadas com as tintas de uma memória fabricada.
Este livro conta a história de um engano de 200 anos: o tempo da invenção, desinvenção e reinvenção do mito da raça. O nosso tempo."

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Racismo "cordial"...


1978 - O Movimento Negro Unificado (MNU) declara o 20 de novembro Dia Nacional da Consciência Negra

"No mês da consciência negra e do dia da cultura há uma dívida e necessidade histórica em reverenciarmos essas datas. Nessa reportagem, a homenagem será direcionada à Capoeira Angola, tão presente na raiz de nossa cultura."

Leia mais em: http://www.fazendomedia.com/2008/cultura20081120.htm