quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pra Honduras ver que o mundo vê Honduras



Essa charge foi feita para a próxima edição da revista Vírus Planetário. Eu ia segurar ela até eles publicarem a revista, mas lembrei que semana passada conheci o chargista Leonardo, que faz charges diárias para o jornal EXTRA. Uma coisa muito importante que ele me ensinou é que toda charge tem um caráter de URGÊNCIA.


Bom, na charge resolvi deixar o gorila "pelado", sem roupa de militar-nazista-ditador. A impressão que se tem é que Zelaya tá chutando um boneco, ou algo morto. Outra coisa que gostei e que não esperava é o Zelaya estar maior que o gorila. Muita gente desenha o gorila enorme ou gigante, mas acho que vou ser um pouco subversivo aqui e me contrapor aos fatos.

Por fim, é uma charge panfletária, de campanha, pode não ser a realidade mais real. Mas sinto que é uma charge meio emergencial, como um salva-vidas que precisa ir mergulhar pra salvar alguém que tá se afogando (a charge não vai salvar Zelaya, mas vocês entenderam...)

Taí o link da revista Vírus Planetário. É uma leitura crítica, leve e ao mesmo tempo bem-humorada.


Vai lá:

http://www.virusplanetario.com.br/

http://virusplanetario.wordpress.com/

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um livro indispensável



Amanhã pretendo ir a este debate, pois acho de suma importância para começar a compreender a questão racial no Brasil. Pra quem tiver interesse, taí o convite.

"Há 100 mil anos, poucas dezenas de seres humanos saíram da África. Seus descendentes, adaptando-se aos diferentes climas, desenvolveram inúmeras tonalidades de cor da pele.
Um dia, alguns voltaram. Primeiro, como comerciantes, adquiriram cativos escravizados pelos próprios conterrâneos. Depois, como conquistadores, impuseram o poder de suas nações sobre a África, alegando que os primos que ficaram faziam parte de uma raça distinta.
A curiosa ideia pegou. Sobreviveu à proclamação dos direitos humanos e à razão científica, difundindo-se no mundo da política. Pessoas de prestígio de todas as cores (até negros!) fingiram acreditar nela - e começaram a passar-se por líderes raciais. Hoje, a pretexto de fazer o bem, traçam-se fronteiras sociais intransponíveis, delineadas com as tintas de uma memória fabricada.
Este livro conta a história de um engano de 200 anos: o tempo da invenção, desinvenção e reinvenção do mito da raça. O nosso tempo."

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Entrevista com Nico


Ganhador do prêmio HQ Mix graças ao excelente livro Henfil - O Humor Subversivo e recentemente premiado com a medalha de bronze no XXVI Salão Fluminense de Belas Artes, o cartunista Marcio Malta, mais conhecido como Nico, concedeu uma interessante entrevista ao site Deus no Gibi.

Vale a pena dar uma lida pra saber um pouco mais sobre o trabalho do Nico e a obra de Henfil.

Na foto, os caricaturistas Dálcio Machado e Baptistão com o Nico(da esquerda para a direita).

Vejam a entrevista no endereço:
http://deusnogibi.dominiotemporario.com/doc/ENTR-NICO.PDF

domingo, 27 de setembro de 2009

Era ou não era marolinha?


Finalmente uma charge pensada a princípio única e exclusivamente pra esse blog...


"Na análise de Antonio Licha, do grupo de análise de conjuntura do Instituto de Economia da UFRJ, a crise atingiu o Brasil de maneira violenta e não como uma marola como esperava o presidente Lula antes dos meses negros. Na opinião do professor, essa foi a pior crise pela qual o país já passou. (...) Para Licha, as políticas adotadas pelo governo brasileiro procuraram suavizar os impactos da crise, porém “o governo poderia ter investido em programas sociais para ajudar aqueles que perderam o emprego”, ressalvou." (...)

"As vítimas da crise são sempre os trabalhadores; a consequência da atual crise é a intensificação da exploração do trabalhador. “Para os 80% da sociedade que vive do seu trabalho [a consequência da crise] pode ser um desastre. A guerra é uma das alternativas perfeitamente possíveis para o capitalismo eliminar um ou dois bilhões de excedente humano. O desemprego pode fazer morrer milhões, e daí? Qual o problema para o sistema? Nenhum. Os trabalhadores vão piorar suas vidas”."


Fonte: http://www.fazendomedia.com/?p=869

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Reflexões sobre o caso Cesare Battisti



Essa charge eu fiz para o blog Náufrago da Utopia, mas o autor ainda não conseguiu postar por problemas técnicos. Trago aqui alguns pequenos trexos dos muitos textos que vêm sendo produzidos sobre o caso.

"Carlos Lungarzo, membro da Anistia Internacional dos EUA que produziu um relatório memorável sobre o Caso Battisti, traz nova contribuição à compreensão desse festival de iniquidades a que assistimos estarrecidos: Decisão judicial ou indulto?. Eis um trecho antológico:

"O alto corpo [do STF] é chefiado por alguém que já foi publicamente acusado por colegas de chefiar capangas. Gilmar Mendes já foi alvo de muitas denúncias (de arbitrariedade, de acobertamento de crimes financeiros, de vender serviços à própria justiça, de estimular a violência contra movimentos sociais, de incubar golpe institucional contra o governo) e foi o segundo caso no país de uma proposta de impeachment. Mais esperto que Collor, soube formar um escudo que o defendeu na hora certa. Defendido apenas pela direita e a grande mídia (que o qualifica de 'polêmico', um adjetivo inadequado para sua personalidade), sua presença num tribunal qualquer seria um sinal de alarma em qualquer país" (...)"

(...) "Lenda viva do jornalismo brasileiro, o veteraníssimo Hélio Fernandes continua confrontando de peito aberto as ignomínias da direita: Malabarismo pirotécnico do Supremo. Julgou abusivamente o presidente da República, acreditando que negava extradição ao italiano Battisti. Este ficou 12 anos na França, ninguém o incomodou. Ficará para sempre no Brasil . Ele afirma que, qualquer que seja a decisão do STF, Lula não será obrigado a cumpri-la, por seis motivos:

1.O Supremo não poderia julgar o Presidente da República.
2.O presidente já decidira conceder o asilo.
3.Nessa questão, regida por Tratados internacionais, a COMPETÊNCIA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA É SOBERANA E INCONTESTÁVEL.
4.Um governo internacional (no caso a Itália) não pode invadir a competência de outro país.
5.A própria Itália reconheceu o fato, deixando Battisti 12 anos na França, sem pedir sua extradição.
6.A Itália de Berlusconi (sem qualquer moral ou competência) contestou a decisão, visivelmente considerando o Brasil mais vulnerável e mais sujeito a pressões."(...)



Leia mais e tire suas próprias conclusões em: http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2009/09/links-para-12-textos-obrigatorios-sobre.html

O sujo falando do mal lavado


Taí a terceira charge que fiz esse mês para o jornal "A Nova Democracia".

"À despeito de viverem alinhados no esmero anti-povo, de rotinas de produção em comum marcadas pelo sensacionalismo, mentiras e preconceitos, e de constituírem organizações empresariais de natureza eminentemente mafiosa, os nada respeitáveis integrantes do monopólio dos meios de comunicação que operam no Brasil vivem em pé de guerra pela audiência do respeitável público." (...)

"A recíproca foi verdadeira, ou seja, tudo o que a Record falou da Globo é verdade, o que não invalida o fato de que a própria Record também faz parte de um punhado de empresas de comunicação – com a Globo no topo – cujos métodos e objetivos não divergem no essencial. E o essencial é que uns e outros estão sempre em contradição com os interesses das classes populares, ainda que tenham a desfaçatez de se apresentar como os olhos, boca e ouvidos do povo."(...)


Leia o restante desse excelente texto de Hugo R C Souza em: http://www.anovademocracia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2421&Itemid=105

Mais do mesmo?


Outra charge feita para o jornal "A Nova Democracia" de agosto.

"Pouco a pouco, aproxima-se mais um processo eleitoral farsesco na semicolônia do Brasil. Ao longo dos próximos meses, os grupos de oligarcas e oportunistas que disputam a primazia do gerenciamento entreguista e serviçal do velho Estado semifeudal brasileiro se exibirão como pavões para as instituições de dominação política do imperialismo e das classes dominantes nativas, esmerando-se para provar lealdade a quem realmente manda." (...)

"Com essa maior proximidade de mais um sufrágio burguês em nosso país, é tempo de pipocarem as falsas alternativas eleitorais, que se apresentam e são apresentadas às massas brasileiras como forças transformadoras identificadas com as classes populares, mas que representam nada mais do que o continuísmo, o reacionarismo e o oportunismo mais predatório escondido atrás da defesa aguerrida da ética dos costumes" (...)


Leia o texto na íntegra em:
http://www.anovademocracia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2424&Itemid=105

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Condomínio fechado...


Charge feita para o jornal "A Nova Democracia".

Ok, ok, faço mea culpa. Exagerei muito no braço da moça.


"Um estudo publicado no fim de julho pela organização International Centre for Prison Studies mostrou que em alguns países ricos os imigrantes pobres que chegam em busca de melhores condições de vida para si e para sua família são a clientela preferencial das masmorras do capital. (...)"

"Por vias tortas, trata-se de o próprio Estado penal e policial admitindo que seu imenso aparato prisional, sempre em expansão e cada vez mais nas mãos dos monopólios, funciona como a verdadeira política habitacional do capitalismo em decomposição, como há anos já havia observado um grande estudioso do tema, o sociólogo francês Loïc Wacquant. (...)"

"No Reino Unido, o número de crianças com idades entre 10 e 15 anos trancafiadas em prisões da Inglaterra e do País de Gales foi multiplicado por oito desde 1990. A Inglaterra é o país europeu com o maior número de crianças mantidas atrás das grades, a maioria delas composta de filhos da classe operária, pobres e com baixa escolaridade. (...)"


Leia mais em: http://www.anovademocracia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2404&Itemid=105

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Muito trovão pra pouca chuva"?



Tava dando saudades de fazer charges do Reitor da UFRJ...rsrs

"o Reuni foi implantado de forma intempestiva através da assinatura de Acordos e Metas entre governo federal e reitores de cada instituição, em março de 2008."

"O resultado já se apresenta desastroso em 2009: estudantes aprovados em vestibulares, mas que não cabem nas salas de aula disponíveis, turmas superlotadas por falta de professores das respectivas disciplinas; postergação da efetivação, mesmo que os concursos para contratação de docentes e técnicos estejam decididos ou, mesmo, já tenham sido realizados; falta de infraestrutura, como laboratórios, bibliotecas, restaurantes universitários, etc".

"Os R$ 2,5 bilhões destinados a financiar os quatro anos de implementação do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) já foram comprometidos nos dois primeiros anos do projeto e não há previsões de como o governo que tomará posse em 2010 arcará com a despesa oriunda das universidades públicas promovida pelo governo Lula. (...)"

"(...) o ministro da Educação, Fernando Haddad, confirmou que os recursos estão esgotados: "isso significa que o meu sucessor terá que buscar mais alguns bilhões para atender aos reitores das universidades federais"."


Fonte: jornal Adufrj seção sindical, setembro 2008

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Perdida na gaveta



Essa charge aí eu tinha feito pro SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) há meses atrás, mas simplesmente não a tinha encontrado, até agora.

Como é muito trabalhoso procurar por uma charge no site do SEPE e nem lembrava mais qual era o motivo da charge, resolvi postar logo duma vez.

Em todo caso fica aí como registro histórico...rsrs

(P.S.: pra quem não reconheceu esse aí é o Eduardo Paes, pediram pra eu fazer ele com cara de bobo, mas eu não estava lá nos meus melhores dias...)

sábado, 12 de setembro de 2009

A odisséia Sarney - parte final



Pois é, pessoal. Algumas poucas semanas se passaram e a cada dia que passa fica mais difícil encontrar um texto atual e politizado que trate da corrupção de José Sarney e da crise do Senado com alguma reflexão crítica para além dos jargões batidos como "abaixo a corrupção" ou "Fora Sarney".

Dá impressão de que o escândalo que chocou milhões de brasileiros há tão pouco tempo vai ficando pra trás, vai se afastando do nosso cotidiano, se acomodando nos cantos de nossa curta memória até cair no limbo. Conforme o tempo passa, mais a poeira vai baixando, mais nós vamos nos conformando e deixando de lado aquilo que aparentemente não se pode confrontar: a força do coronelismo brasileiro.

A vida segue em frente, outros escândalos virão, para que nos choquemos e indgnemos com eles, para que protestemos e para que enfim da mesma forma os esqueçamos.

Abaixo trexos de um artigo da jornalista Tatiana Merlino, para a revista Caros Amigos e do editorial desse mês do jornal A Nova Democracia. Ficou um pouco grande, mas vale a pena dar uma lida:



"Quadro do regime militar. Ex-político da Arena. Há décadas, dono do estado do Maranhão. Famoso por práticas clientelistas, fisiológicas e corruptas. Depois de mais de meio século de uma vida pública com esse currículo invejável, só agora, em 2009, José Sarney (PMDB-AP) foi “desmascarado”. Os responsáveis por alertar (ou iluminar) a opinião pública foram os representantes do PSDB e do DEM, além, é claro, da grande imprensa.

Pivô da crise instaurada no Senado Federal, seu presidente acumulava 11 acusações no Conselho de Ética da Casa. No entanto, todas as denúncias foram arquivadas, com a decisiva ajuda da bancada do PT.

Desde o começo do ano, a chamada Câmara Alta do legislativo brasileiro viu sua imagem ainda mais comprometida com a divulgação de uma série de irregularidades, como o excesso de diretorias, horas extras pagas a servidores durante o recesso parlamentar, mal uso das cotas de passagens aéreas e a utilização de atos secretos para nomear de apadrinhados e aumentar salários. (...)"

"A chamada "crise do Senado", nesse contexto, nada mais é que a ponta do iceberg — visível apenas pelas paspalhices dos dignos senadores — da renhida luta entre as frações da grande burguesia e do latifúndio e seus grupos de poder pelos despojos e privilégios de classe permitidos pelo imperialismo. Porém são contradições que se desenvolvem através de pugnas como também de conluios, como mais uma vez pôde a nação assistir no recente pacto para salvar Sarney e Artur Virgílio.

A imagem de um PT controlado pelo seu grupo mais fisiológico a serviço do gerenciamento do Estado, colocando no bolso as patéticas e tímidas dissonâncias de um Mercadante ou um Suplicy, é um selo estampado à testa do oportunismo, que definitivamente declara estar do lado do que há de mais atrasado na sociedade brasileira ao se aliar a Sarney, Calheiros, Collor e cia. Mas este é o desígnio de todo oportunismo."em>


Fontes: http://carosamigos.terra.com.br/index_site.php?pag=revista&id=132&iditens=309

http://www.anovademocracia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2427&Itemid=105

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Duas chargetas

Essas chares eu fiz para o jornal do Sind-Justiça desse mês.



"Parece piada, mas não é! A Previdência Social arrumou um novo bode expiatório para justificar falsos déficits. Agora, é o efeito Viagra. Isso mesmo. Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –IPEA, as pensões representam um terço dos 23 milhões de benefícios pagos pelos INSS, independentemente da idade. O que o Viagra tem haver com isso? É que, de acordo com o trabalho homens mais velhos têm casado com mulheres mais novas, alguns casos, com até menos de 30 anos de idade de diferença. Daí a tal preocupação..."



"O ano de 2009 é apontado como fundamental para a definição do futuro do país no que se refere às reservas de pré-sal, porque o governo vai estabelecer qual o novo marco regulatório do setor. Por hora, o petróleo que repousa sob as camadas de pré-sal é brasileiro, mas quando for extraído será de quem? Essa indagação integra um debate que começa a tomar corpo. De um lado, movimentos sociais se articulam pela alteração do atual marco regulatório do setor. De outro, as multinacionais que atuam na exploração de petróleo no Brasil tentam manter o marco hoje em vigor, que lhes garante o acesso generoso às reservas de pré-sal."

Fonte: "Jornal Opinião Sindical" impresso, setembro 2009